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13-07-2017

Nova espécie de bactéria descrita por biólogos da UA homenageia António Correia. "Planta comum na Ria apresenta comunidade de microrganismos inusitada".



Uma nova espécie de bactéria, descrita recentemente por investigadores do Departamento de Biologia (DBio) da Universidade de Aveiro (UA) na revista científica International Journal of Systematic and Evolutionary Microbiology, recebeu o nome Saccharospirillum correiae. O epíteto específico correiae foi atribuído em homenagem a António Correia, microbiólogo e professor catedrático naquela unidade orgânica da UA, falecido em 2016. A bactéria é uma, entre muitas outras novas espécies, que vive no interior de uma planta comum na Ria de Aveiro, mais conhecida por gramata-branca.

A homenagem pretende relembrar e realçar o contributo dado por António Correia no âmbito da investigação e ensino na área da microbiologia em Portugal. É também um tributo sentido do grupo de investigação que o académico coordenou, o MicroLab.

O género Saccharospirillum é relativamente recente, tendo sido descrito em 2003, e, até à data, conheciam-se apenas três espécies pertencentes a este género, todas elas encontradas em ambientes salinos.

Esta descoberta, da responsabilidade de Cátia Fidalgo, Isabel Henriques e Artur Alves, investigadores do DBio e do Centro de Estudos do Ambiente e do Mar (CESAM), ocorreu no âmbito de um projeto de investigação em colaboração com as universidades de Coimbra e Salamanca. O projeto visava dois objetivos. Um deles consiste em avaliar a diversidade das comunidades bacterianas endofíticas, ou seja, que vivem no interior de uma planta, neste caso uma planta halófita, que tolera certo grau de salinidade, e que é comum na Ria de Aveiro. Esta planta tem a designação científica de Halimione portulacoides e o nome comum gramata-branca, ocorrendo em terrenos salinos e encharcados do litoral, como sapais e margens das salinas. O outro objetivo do estudo é conhecer o potencial efeito da contaminação ambiental por metais nessas mesmas comunidades.

Em simultâneo, está em fase de conclusão a tese de doutoramento de Cátia Fidalgo que estudou as comunidades microbianas na gramata-branca.

Estes trabalhos, nomeadamente, o estudo das comunidades microbianas, das relações que se estabelecem entre as comunidades microbianas e a planta e qual o papel daquelas na tolerância da planta aos metais, são contributos essenciais para perceber, no futuro, qual o potencial da gramata-branca na descontaminação de sedimentos com elevadas concentrações de metais.

Os resultados deste projeto revelaram que a halófita H. portulacoides alberga uma imensa diversidade bacteriana, muita da qual desconhecida, representando um “hotspot” de biodiversidade microbiana ainda pouco explorado, salienta a equipa de investigadores. A investigação, explica o investigador Artur Alves, foi impulsionada pela curiosidade acerca da relação entre as plantas halófitas e as comunidades bacterianas que nelas vivem, procurando algum esclarecimento sobre o papel das bactérias na tolerância que a planta demonstra à contaminação por metais. Partiu de um conjunto grande de potenciais novas espécies e acabou por se centrar num grupo mais restrito incluindo esta, explica Artur Alves. A pesquisa com estas caraterísticas, neste tipo de plantas, não é comum, daí a novidade dos resultados que têm sido alcançados, salienta o investigador.

Além desta nova espécie, no decurso deste trabalho de investigação, foram já descritas sete outras espécies novas para a ciência, e várias serão ainda descritas no futuro: Microbacterium endophyticum e Microbacterium halimionae, ambas descritas em 2014; Microbacterium proteolyticum, descrita em 2015, e Microbacterium diaminobutyricum, descrita em 2016; Altererythrobacter endophyticus, Altererythrobacter halimionae e Zunongwangia endophytica, descritas já em 2017.


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